domingo, 26 de fevereiro de 2012

Resposta ao Marcelo: O Mar da História é agitado

(Resposta ao texto publicado:
http://forumdaunir.blogspot.com/2012/02/sobre-historia-e-estorias_26.html )


Ei, bondadoso Marcelo:
Assim vc me facilita a argumentação: terá começado a se aperceber que o Mar da História é agitado!, como dizia o poeta. Ou, como disse um outro, o Caminho é sempre melhor que a Pousada...
Saber que existe mundo para além de um ou de dois ou mesmo de três fóruns é o melhor momento para tb sair, a pessoa, do ovo político, do umbigo hipertrofiado, e tb para se livrar das fraldas.
E alguns, nem precisava ler/ser o Lévy-Strauss dos T. Trópicos, quando começaram a sair pelo mundo e a verificar as dificuldades, pelos diversos campi, passaram a entender um pouco de tudo que eu falava no Fórum. Vc um dia veria: O mar da História ainda está agitado… Ela (tb ele) não morreu!
Ou seja, como se poderia ver antes se não se fosse cego, pelos campi, Rondônia adentro, a UNIR é bem maior do que o auditório da Unir Porto Velho poderia comportar, naum é mesmo?
Novamente o poeta: As febres loucas e breves que manchavam o silêncio, neste aspecto, fazem ver que o cais tranquilo daquele fórum está hoje ameaçando a vitória do Bem, porque gente como vc quis fingir que tudo se poderia resolver entre as 4 paredes do auditório… e hoje estarão alguns com o pior do pior: uma candidatura sem experiência alguma, repleta de velhos corruptos, fundada numa falácia, e sobretudo ameaçando dividir a gente de bem que pode mudar de verdade esta velha UNIR…
Gente de bem campeia aliás em todas as partes… e em todas as candidaturas. No teu caso, gente boa como o Erasmo, como a Lou ou como o Otacílio sendo arrastadas para darem voto a quem se vê que não poderá fazer a UNIR da mudança ganhar… E ainda que o pudesse, só eleitoralmente… Nada de bom sairia de onde existem aqueles citados pressupostos!
Claro que era fácil ver isso a quem tinha olhos de querer ver, pois há experiências no céu da História: Se nem mesmo o Cristo se salvou de votantes previamente predispostos... não poderíamos nós outros, os bons de hoje mas não cristos, termos a mais fácil ideia de que lidiaríamos contra técnicas estalinistas sem os idiotas úteis de sempre.
Queres falar de História? Copio abaixo um resumo de algo que debati num congresso internacional de Historiografia... onde agreguei expressão que passou a ser utilizada porque precisamos ter quem pense a História consequente. Ei! Escrevi “consequente”, tá?
De mais a mais, mesmo sem os textos, sou signatário do Manifesto Historia a Debate (http://www.h-debate.com/ ), e prego que vc procure outros motivos para enceguecer-se, logrando olvidar as péssimas companhias que elegeu ter... O Mar da História é Agitado!... e existe mesmo antes de vc sair das fraldas!
Nesta eleição, porém, não há de ser nada, poderemos ganhar com o 20: As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio... 
Assim votando, poderás olhar para trás amanhã e ver mais em nós que o idealizador do nosso Mestrado em História da UNIR, uma pós que terá uma turma neste ano, e será nela que vc daqui a alguns anos, se estudar bem, quando obtiver um doutorado, terá capacidade de vir a lecionar.
Dizendo isso, lembro que ainda conto contigo, com a tua racionalização em boa-fé: Digo que nestes últimos 20 anos, nada de novo houve... Haverá, se lermos a História: Repito: VOTE VINTE e evite a perda dos votos de quem quer nos dividir porque tinha outros motivos e agora o queijo desta eleição está ameaçado de cair na mão terceira, colocada porque forçaram a nossa divisão da mesma forma que antes se fez, chame-se Pilatos, Mussolini, Hitler, Collor ou outro qualquer, escolhido por uma maioria parcial e iludida.
Veja isto: http://www.youtube.com/watch?v=ApXp7Uee9GY  e acorra à História e fundemos nela os nossos novos tempos.
Sem medo de ser e sem medo de ler a História da UNIR. Mas, por favor: De modo consequente!
Abs
Júlio
P.S.- Ei! Peço aqui e espero que vc faça publicar este meu texto sobre o teu, no nosso Fórum Permanente, por gentileza. Com isso, vc irá aprendendo, com este quase historiador, que existe uma Historia anterior ao Fórum e que deve ser considerada, no positivo e no negativo, para dela tirar ilações consequentes. Consequentes, escrevi eu, dissera eu lá no fórum…

MESA K. Retorno de la sociedad civil 
Júlio Rocha (Universidade de A Coruña, España)
Comunidade de Relações Privadas Um Paradigma para o Século XXI

Desde a "Queda do Muro", passando pela "Derrubada das Torres", até o presente centramento do problema mundial na questão do "terrorismo internacional" (cujo auge, a estabelecer com perspectiva histórica, poderá ser o ataque do 11M), a História vem afastando um a um os paradigmas de compreensão da realidade prevalecentes no século passado ­e distanciando-se mais das suas referências­, tais como "Guerra Fria", "Cortina de Ferro", "comunismo internacional", "combate ao fascismo" ou mesmo "vigência do Estado-nação", cada qual com a sua dose, maior ou menor, de anacronismo, sombras de inexistência (ou de existência incompleta), pouco disfarçável a sua vetustez, embora comparecendo com freqüência em discursos de toda ordem, passadistas, conservadores ou presumidamente neomodernos.Com efeito, a Globalização deu um impulso diferente às conexões interestatais, às relações internacionais, e até muito de políticas internas ficaram "contaminadas" pela gestação de paradigmas de explicação alternativos, retóricas modernizadas de pensamento contemporâneo e originais maneiras de ver a reconfiguração da realidade atualizada; derivando daí que a História, como ciência e como ensino, deva adaptar-se a esta nova situação, encontrando formas de manifestar esta substância hodierna e os seus conteúdos a partir de referenciais e de categorias mais perenes.Aliás, aquelas categorias citadas típicas de fim de Século ­tanto a de 1989 ("Queda do Muro") como a de 2001 ("Derrubada das Torres")­, de per si, pareciam tornaria imperativa uma suficiente mudança de perspectivas capaz de dar conta de tais novos conteúdos. Porém, vimos assistindo constrangidos a pequenas maquiagens, ligeiros manuseios e alguma que outra maquinação, todas elas nada interessadas em constatar o novo Século como receptáculo de insólitas idéias adaptadas aos novos tempos de reconhecimento das novas ligações. É forçoso portanto admitir paradigmas historiográficos adequados a essas realidades, não sendo exclusivas as esbatidas dualidades "esquerda-direita" (ideológico), "Norte-Sul" (econômico), "Leste-Oeste" (cultural) ou "socialismo-fascismo" (político), nem por protótipos efêmeros (tais como "fim da História" ou "choque de Civilizações"), pouco apropriados a uma Ciência com maiúscula, noções cujo emprego, ao olfato da Historiografia que se quer renovadora, já possui odor de característico dèja vu, prescindível em quaisquer momentos de "transição" ­peculiar e redundante palavra conformadora da própria definição de História.
Se formar conhecimento historiográfico novo implica manejar conceitos ideados às novas circunstâncias instituídas pelo andamento moderno, e a "Globalização" apresenta indeléveis conjunturas novedosas, acreditamos poder ampliar a mirada de uma Historiografia consciente (mesmo direcionada ao passado) que não arranque inevitavelmente apenas das suas categorias anteriores, mas sim de uma gama de possibilidades distintas, assumindo sobretudo o compromisso de aplicar um espaço de discernimento menos ambíguo para exatificar os novos desafios da contemporaneidade. Cervantes disse que "el camino es siempre mejor que la posada". Dentre as mentadas possibilidades dispostas a analisar os fenômenos, a idéia de utilizar a categoria da "Comunidade de Relações Privadas" pode significar uma notável evolução para considerar alguns tipos de coletividades, seja para o Século XXI, seja para aquém ou seja para além dele.
[In: http://www.h-debate.com/  III Congreso Internacional Historia a Debate. Santiago de Compostela, 14-18 de julio de 2004.]

Comitê de Comunicação da Campanha Júlio Rocha para Reitor 
Coragem para Mudar

3 comentários:

  1. Caro Professor Julio Rocha,
    O senhor está a me dar respostas? Refere-se ao texto-opinião intitulado "Sobre História" e estórias... que escrevi (conferir em http://forumdaunir.blogspot.com) É isso? Se o for, agradeço mas não pedi nenhuma resposta, tampouco ao senhor. Comentei e opinei sobre o uso da História em site intitulado documentáriounir.com.br...esperava um retorno dos seus administradores. Acaso o senhor administra este site? Acaso ele é responsabilidade do senhor? Se o for, se assim quiser, responda as indagações teóricas e metodológicas feitas por mim no texto postado no blog do Forum Permanente em Defesa da Unir, e naquele fatídico site intitulado documentáriounir. Que o mar da História é agitado, bem o sabemos nós estudiosos e pesquisadores da História, preocupa-me muito, aqueles navegadores que se arvoram a singrar este agitado (e salgado) mar sem ao menor saber "ler" o céu, ou ter em mãos uma bússola. (Obrigado pela correção do termo "bússola" escrito anteriormente por mim "bússula", aproveito para pedir-lhe que corriga a palavra "bondadoso" no início de seu texto parece trocadilho de mau gosto.

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    1. Fique tranquilo. "Bondadoso" é palavra historicamente prévia à palavra "bondoso". Com ela, caso houvesse conhecimento, daria para inferir tanto a ideia da segunda como o conteúdo formal da primeira. Ficou claro?
      Obrigado por participar do blog! Vamos juntos nesta caminhada pela vida!

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